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E agora Alice? Uma Lição de Planejamento para Mulheres

E agora Alice? Uma Lição de Planejamento para Mulheres
Emanuele Oliveira Solyom
ago. 26 - 7 min de leitura
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Todos os dias nós mulheres temos ideias para melhorar nossas vidas. Desejamos emagrecer, adquirir hábitos mais saudáveis, iniciar um discipulado, contratar um seguro, poupar para a velhice, empreender, trocar de emprego, ter uma promoção, aposentar, começar um voluntariado, comprar um carro novo, comprar uma casa, fazer uma reforma, passar as férias em um lugar lindo, fazer um curso, ler um livro, além de casar, ter filhos e muitos outros sonhos.

Algumas ideias são grandes e difíceis de colocar em prática, outras nem tanto, mas a maior parte destas ideias morre rapidamente e algumas outras ficam “martelando” na cabeça em momentos de insatisfação com os “E se... Por que não? Não está na hora...”. A verdade é que poucas viram planos estruturados ou chegam a ser executadas e transformadas em realidade.

Planejar é estruturar o caminho entre o sonho e a ação. Isto vale para qualquer coisa que não possa ser executada agora e o objetivo é sempre o mesmo: focar nossa energia e nossa atenção para que nossa ação nos leve na direção que desejamos, e não na direção a que as distrações nos induzem.

Para tal, o Planejamento Estratégico é uma ferramenta que existe para focar recursos escassos como o tempo, dinheiro, habilidades, pessoas, dentre outros, para dar velocidade e consistência à execução, ou seja, para caminhar menos.

A Alice no País das Maravilhas - de Lewis Carroll

“Ai os meus bigodes... É tarde, é tarde até que arde...

Ai, ai, meu Deus, alô, adeus, é tarde, tarde, é tarde.

Não, não, não, eu tenho pressa, pressa...

“Oh puxa! Eu devo estar muito atrasado!” disse o Coelho Branco

...

“O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?” perguntou Alice

“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.

“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.

“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.

“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.

“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”

Alice sentiu que isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.

“Que tipo de gente vive lá?”

“Naquela direção”, o Gato disse, apontando sua pata direita em círculo, “vive o Chapeleiro, e naquela”, apontando a outra pata, “vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira, os dois são malucos.”

“Mas eu não quero ficar entre gente maluca”, Alice retrucou.

“Oh, você não tem saída”, disse o Gato, “nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.”

“Como você sabe que eu sou louca?”, perguntou Alice.

“Você deve ser”, afirmou o Gato, “ou então não teria vindo para cá.”

 

Muitas vezes na nossa vida, exercemos o papel de Alice, sendo levadas pela loucura do dia a dia e quando ocorre uma crise, seja na vida pessoal ou profissional, percebemos que caminhamos bastante, só que sem sair do lugar e sem chegar a lugar algum.

E, pior ainda, é que queremos culpar o gato, o coelho branco, o chapeleiro, a lebre de março, o chefe, o colega de trabalho, o marido, o sócio, o governo, o pastor e Deus por isso, sem nos dar conta que somos mulheres adultas e que não estamos no País das Maravilhas.

Por onde começar?

O planejamento de cada pessoa é único, então o primeiro passo é se conhecer, entender quais são os seus pontos fortes e competências que podem ajudar na realização dos seus objetivos e quais os seus pontos fracos, que são limitadores e que podem atrapalhar.

Depois, você pode definir quais são os seus valores, que é o vai contar realmente num impasse para uma decisão e pode ser respondido pelas seguintes questões:

  • O que você defende?
  • O que te deixa acordada de noite?
  • O que te faz dormir em paz?

Mas Aonde eu Quero Chegar?

“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.

Releia o primeiro parágrafo e liste três sonhos pensando se responderiam às seguintes questões e se são convergentes com os seus valores:

  • Isso te empolga e vai te deixar feliz?
  • Você faria se não dependesse de dinheiro?
  • Você está disposta a investir tempo e dinheiro nisso?
  • Isso afeta outras pessoas? Elas te apoiariam?
  • Você gostaria de ser lembrada por isso?

E qual o caminho a percorrer?

“O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?” perguntou Alice.

O melhor caminho a percorrer é aquele que nos dá paz e segurança, então quanto mais preciso for, menor será o esforço na execução.

A técnica 5W2H é indicada para qualquer pessoa que precise colocar um plano em ação e serve para tomada de decisão e priorização das ações. São perguntas a serem respondidas com as iniciais W e H em inglês, são elas:

  • O que (What) deve ser feito? Qual o sonho?
  • Por que (Why) deve ser feito?
  • Como (How) deve ser conduzida cada ação para alcançar o sonho?
  • Quem (Who) é o responsável pela ação?
  • Onde (Where) deve ser executado?
  • Quando (When) deve ser feita cada ação?
  • Quanto (How much) vai custar cada ação?

E o Tempo?

“Não, não, não, eu tenho pressa, pressa... Oh puxa! Eu devo estar muito atrasado!” disse o Coelho Branco.

Não importa quanto tempo tenhamos à disposição, conseguimos sempre transformá-lo num tempo insuficiente, mas será que estamos atrasadas?

O planejamento deve ser flexível porque pode sofrer alterações por novas prioridades, mas o acompanhamento da sua execução ou não execução é fundamental para percebermos o quanto lutamos para consegui-las e quanto nos distanciamos daquilo que desejamos e planejamos, além de entender e ouvir a voz de Deus em todo o processo.

"Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz"  (Eclesiastes 3:1-8).

Quando acaba?

“Mas eu não quero ficar entre gente maluca”, Alice retrucou.

O planejamento é um processo cíclico que não tem fim, só vai sendo revisado e adequado periodicamente.

O desafio é não esquecer de olhar para o passado e de viver o presente com gratidão porque quanto mais a gente planeja, mais vive querendo galgar novas coisas e se esquece de celebrar o que conseguiu porque já está pensando no futuro.

E agora Alice, do que valeu a pena a caminhada? O que você tem a agradecer hoje?


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